A grande quantidade de chuvas que a Região Nordeste recebeu no mês de abril deixou os estados do Maranhão e Piauí em alerta. Em São Luís, por exemplo, este foi o abril mais chuvoso dos últimos 24 anos.


Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a capital maranhense recebeu 707,6 milímetros de chuva no quarto mês do ano, sendo que a média para o período é de 472,6 milímetros. Nos registros do Inmet, o maior volume de chuvas em abril para São Luís havia sido de 801,9 milímetros, em 1985.

Cinturão
De acordo com a meteorologista Aylci Ferreira de Barros, do Inmet em Belém, o que tem provocado as volumosas chuvas no Nordeste é a chamada Zona de Convergência Intertropical (ZCI). “A ZCI é resultado de um sistema de baixa pressão que forma uma espécie de cinturão de nuvens que envolve o planeta. Entre dezembro e maio ele fica sobre o Hemisfério Sul e é isso que tem provocado as chuvas na Região Nordeste do país”, afirma.

Ao longo do ano, segundo Aylci, o “cinturão de nuvens” se desloca em uma área entre 10º de latitude norte e 5º de latitude sul. A partir do mês de maio, esse sistema começa a se mover em direção ao Hemisfério Norte do planeta e, portanto, a tendência é que as chuvas diminuam no Nordeste do Brasil nos próximos dois meses.


Aylci explica que o começo do ano é naturalmente chuvoso no Nordeste devido à ZIC, mas outro fator tem intensificado as chuvas. “Neste ano também tem havido a influência do fenômeno 'La Niña', o resfriamento das águas do Oceano Pacífico, na região equatorial, que também contribui para o aumento no volume de chuva”, diz a meteorologista.


Acima da média
Em Piripiri (PI), onde a média de chuva esperada para o mês de abril é de 257 milímetros, mas choveu 686 milímetros, o que representa um aumento de mais de 166%, segundo dados do meteorologista Ednaldo Correia de Araújo, do Inmet no Recife.


No município de Patos (PB), o volume de chuvas em abril deste ano foi de 506 milímetros. A média do mês é 179 milímetros. “Entretanto, a partir da segunda quinzena de maio, essa situação deve ficar mais amena, principalmente na região do sertão. A tendência agora é que haja mais chuva apenas no litoral e no agreste.”


Do G1, em São Paulo

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